quinta-feira, 20 de outubro de 2011

FÁBRICA DA SADIA PEGA FOGO

Publicação: Quarta-feira, 19/10/2011 às 19:19:46 Atualização: 20/10/2011 às 00:24:57

Susto na fábrica da Sadia em Samambaia. Por volta das 18h30 desta quarta-feira (19), um galpão conhecido por salsicharia começou a pegar fogo. Na hora do incêndio, cerca de 200 funcionários estavam no local, mas ninguém ficou ferido. Os bombeiros gastaram cerca de três horas para controlar as chamas. Participaram da ação 72 militares do Corpo de Bombeiros com 16 viaturas.

Quando o incêndio começou, a maior parte dos funcionários estava no refeitório, em horário de jantar. O sistema de combate a incêndios entrou em funcionamento imediatamente, evitando que a situação se agravasse. A maior preocupação era evitar que o fogo atingisse os cilindros de amônia – um gás venenoso que é usado nos tubos de refrigeração.

Apesar de o incêndio não ter se espalhado até a área, uma parte do teto da salsicharia caiu, atingindo uma das câmaras de amônia que refrigeravam as máquinas no local. O gás que vazou atrasou o trabalho dos bombeiros, que precisaram esperar por máscaras de oxigênio para continuar o combate ao fogo. Os acessórios foram enviados em helicóptero.

Por causa do susto, três pessoas foram levadas para o Hospital Regional de Samambaia. Elas não apresentaram sinais de intoxicação e foram liberadas ainda ontem. Uma funcionária da fábrica, que preferiu não ser identificada, descreveu o momento em que o incêndio começou. “Não havia muitas pessoas no galpão porque era horário de jantar. Estávamos trabalhando quando alguém começou a gritar ‘Fogo! Fogo!’. O alarme de incêndio foi acionado imediatamente e todas as saídas de emergência foram abertas. A equipe de brigadistas entrou em ação, nos conduzindo para a saída mais próxima. A fábrica foi evacuada rapidamente”, conta a funcionária.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o fogo aumentou rapidamente por conta dos combustíveis guardados no galpão. Embalagens, isopores e até lãs de vidro alimentaram as chamas durante as mais de três horas.

Os bombeiros elogiam a equipe de brigadistas da fábrica. “O sistema de incêndio funcionou corretamente e a equipe é treinada. Isso, com certeza, contribuiu para que o incêndio não fizesse vítimas e não atingisse proporções maiores”, informou o coronel Luiz Blumn.

Reforço dos brigadistas

De acordo com o coronel, durante a madrugada, os bombeiros trabalhariam fazendo rescaldo, serviço que consiste em apagar os pequenos focos restantes. Uma perícia para identificar as causas do incêndio deve ser feita ainda hoje.

Paralelamente ao trabalho dos bombeiros, o gerente-executivo da Sadia, unidade de Brasília, Joseano Trindade, mobilizou uma equipe para tentar contabilizar os prejuízos. Os caminhoneiros que chegaram ao local para descarregar frangos para serem abatidos no fim da madrugada, levaram um susto. O restante das entregas foi suspenso imediatamente e todos os funcionários do turno da noite foram liberados.

Incidentes rotineiros

Funcionários da fábrica da Sadia denunciam que acidentes no estabelecimento são comuns. Um jovem de apenas 21 anos, que trabalha há mais de um ano no local, conta que, há cerca de cinco meses, ele e um colega se acidentaram. Ele perdeu um dedo e o colega, três dedos. “Estávamos colocando a carne na máquina para fazer salsicha, quando ela pegou meu dedo. Na mesma semana, o mesmo ocorreu com três dedos de um colega”, conta o funcionário. “Eu peguei 15 dias de atestado médico e agora estou trabalhando normalmente. Mas aqui todos os dias têm acidentes. Ou alguém se queima, ou se corta, ou os dedos são esmagados por tampas pesadas que caem em cima”, denuncia o funcionário. O gerente-executivo da fábrica de Brasília não quis comentar esses incidentes.

Gilcélio da Silva, de 47 anos, mora perto da fábrica e diz ser testemunha dos fatos. “Tenho vários amigos que trabalham lá e todos os dias têm histórias de acidentes. Uma vez, uma escaldeira virou em cima de uma pessoa. Ela precisou ser socorrida de helicóptero, porque ficou toda queimada”.

Essa não é a primeira vez que a fábrica pega fogo, mas, ainda assim, funcionários descrevem esse como sendo o incêndio mais grave já ocorrido no local, nos últimos tempos.

Fonte:

http://www.jornaldebrasilia.com.br/site/noticia.php?id=370630


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