segunda-feira, 5 de setembro de 2011

FALTA DE BOMBEIROS NOS MUNICÍPIOS PAULISTAS É TEMA DE AUDIÊNCIA





Da Redação - Paulo Meirelles

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Parlamentares, bombeiros militares e civis, vereadores e lideranças reunidos em audiência pública
Estado teria de quadruplicar número de homens para atingir recomendação da ONU

Reunidos no auditório Franco Montoro, nesta terça-feira, 30/8, parlamentares, bombeiros militares e civis, vereadores e lideranças municipais debateram as propostas e soluções para a falta de bombeiros em 503 municípios paulistas. A iniciativa da audiência foi dos deputados petistas Donisete Braga, Ana Perugini e José Cândido.
Pelos números apurados pelo tenente coronel da reserva do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar paulista, Paulo Chaves de Araújo, São Paulo está muito aquém do número de bombeiros por habitante preconizado pela ONU. Segundo este número a relação seria de um bombeiro para cada mil habitantes, no Estado a relação é de um bombeiro para cada 4.088 habitantes.
Segundo Chaves, o Rio de Janeiro possui um bombeiro para cada 901 habitantes, e Brasília, um para cada 332 habitantes, relação muito mais adequada que a de São Paulo, onde não há postos de bombeiros em 503 cidades.

Expansão

O tenente coronel Marcos Monteiro de Faria, subchefe do Estado Maior do Corpo de Bombeiros do Estado, reconheceu que é desejável que haja expansão no efetivo e no número de postos instalados, além da assinatura de convênios com municípios para a implantação de corporações municipais que possam dar o primeiro atendimento antes da chegada dos bombeiros militares.
Ainda segundo o tenente coronel Marcos , o corpo de bombeiros está organizado para atender todo o Estado e, no geral, o tempo de deslocamento até o local do evento gira em torno de 11 minutos. Os estudos preliminares da corporação indicam como meta a ser atingida a expansão do número do contingente, hoje de 10.028 militares, a instalação de 15 bases operacionais para atender municípios de até 50 mil habitantes e de 27 postos em municípios com mais de 50 mil habitantes. O coronel disse ainda que poderiam ser criados mais 395 grupamentos de bombeiros comunitários para atender municípios em que não há uma unidade da corporação.
Preocupação com o treinamento dos bombeiros civis foi uma das questões levantadas pelo capitão bombeiro Anderson Rodrigues, que afirmou que quando há convênio entre a prefeitura e o governo do Estado o treinamento dos bombeiros municipais é dado pela corporação e segue todos os requisitos da formação de um bombeiro militar, mas que não há controle quanto aos cursos que formam bombeiros civis. Outra preocupação é quanto a semelhança do uniforme dos bombeiros que não são militares com os da Polícia Militar, pois isto pode confundir a população e criar embaraços para a corporação no caso de mau atendimento por parte de bombeiros não habilitados.

Estrutura

O deputado Olimpio Gomes (PDT), que é major da Polícia Militar, criticou a falta de apoio ao trabalho dos bombeiros militares que sofrem com os baixos salários e em muitos casos com a falta de equipamentos. Gomes destacou que a corporação militar precisa saber acolher as críticas de seus membros sem que eles sejam punidos ou constrangidos quando apresentam solicitações justas.
Outro a se manifestar na audiência, o engenheiro José Carlos Tomina, coordenador do projeto Brasil sem Chamas, do Ministério da Ciência e Tecnologia, e superintendente do Comitê Brasileiro de Segurança contra Incêndio, afirmou que a situação do Brasil é muito grave, pois apenas 11,4% dos municípios brasileiros contam com unidades do corpo de bombeiros e menos de 2,5% dos incêndios têm suas causas apuradas e registradas, o que, segundo ele, prejudica o estudo de ações preventivas a serem tomadas, como por exemplo a adequação de materiais de construção, a modificação de eletrodomésticos que têm risco de se incendiarem etc.
José Candido e Donisete Braga se colocaram à disposição dos municípios, das entidades dos bombeiros civis e municipais e da Polícia Militar para fazerem gestões junto aos Poderes constituídos com o objetivo de melhorar o atendimento da população e aprimorar técnica, material e financeiramente o Corpo de Bombeiros do Estado.
Donisete Braga informou que estará enviando para os órgãos competentes ofício solicitando informações detalhadas quanto ao efetivo do Corpo de Bombeiros, quantidade e locais das unidades e condições de exercício da função. Informou que deverá ocorrer uma nova reunião para aprofundar o tema e colaborar com a solução das demandas.
Participaram ainda como expositores na audiência o presidente da Associação Estadual dos Bombeiros Municipais e coordenador técnico do Corpo de Bombeiros Municipal de Sumaré, Laércio Sant"ana Jr.; o presidente da Associação de Resgate, Busca e Salvamento e coordenador da Força Tarefa Brasileira, Galeno Rosa, e Luiz Carlos Crispim Silva, diretor do Conselho Federativo de Bombeiros Civis.
É desejável que haja expansão no efetivo e no número de postos instalados

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